quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Em sina

Visitava o álbum de fotografias de uma amiga do outro lado do oceano: babymoon in Hawaii. Demais!! Os americanos são um espectáculo! ...in a way, anyway!
Estariam grávidos de pouco tempo e escreveram na praia o nome da menina, que viria a nascer em 2009, referindo que era a primeira vez que se escrevia o nome da sua filha, que nasceria daí a 5 meses, na areia. Para além de tremendamente romântico, no sentido parental e casamental do termo, fez-me pensar... (pois...).
A vida ensina-nos dores com as quais antes de conseguirmos lidar, muito antes, nos deixam sem aquela crença, aquele saber profundo de que tudo vai correr bem. Tira-nos uma parte do ânimo, desarma-nos e deve ser isso que ao longo dos tempos faz ficar cada vez mais pequenina a criança que há em nós.
Lembro-me bem da minha primeira gravidez. Escreveria também na praia, naquela segurança de que tudo vai correr como esperado. E correu...
E agora, três anos depois, duas perdas nas nossas vidas depois [para que não haja corações amigos com taquicardia conjuntural, esclarece-se que perdas há muitas, de muitos tipos, ok?], abruptas, sem aviso, sem apelo e com agravo... escreve-se a vida com cuidado, ao ritmo das conquistas e não do entusiasmo.
Creio que há-de chegar o sábio tempo em que a falta de controlo sobre os acontecimentos deixa de nos atordoar e terá o mesmo fascínio que as fadas têm quando somos crianças.
Pelo meio, existe esta coisa chamada Ser Adulto, que estou a descobrir que é muito mais duro e confuso do que ser adolescente... muito mais.
notas: a palavra ensina, tem dentro sina, parece que nos quer mesmo dizer dentro da tua sina, aprende lá, aceita lá, fica lá, na sina, em sina
outra nota: este post não é propriamente bonito, ou positivo, de algum modo não me revejo nele, mas ele é muito do que sinto.

Primeiro sobre o título.

Andava no Facebook a partilhar ideias. Gosto da ideia de haver retorno, de estar sempre alguém atento. Mas escrevemos e as notas guardam-se num armário onde nunca mais ninguém as descobre. É pouco. Um blog resolve isso. Mas não resolve a questão do retorno. Faz falta nos blogs aquele botão que diz "Gosto disto", disponível no Facebook. O botão em que se clicka para dizermos que estamos lá... que gostamos, sem termos que escrever mais do que isso. E porventura para quem escreve esse é um ponto importante. É o minímo, que alguém vá lendo, e vá sorrindo ou cerrando os dentes, independetemente de partilhar a sua opinião.
Tinha aqui um dilema. Resolvi-o: cria-se um blog e vai-se fazendo ligações para o Facebook.
Desafio seguinte: o nome. O nome? Não sei... Não sei!!! Nada melhor. A mim que tenho que me confessar ter nas maiorias das vezes razão e saber muitas coisas (ora porque me arrogo tal título, ora porque disfarço muito bem, ora porque os meus interlocutores têm a bondade de não me desmascarar o bluff, ou a amizade de o fazerem, às vezes sorriem e é bom, outras vezes põe-me a nu, mais ou menos abruptamente, e eu sou uma rapariga sensível, mas passa), sabe tão bem dizer que não sei.
É que fazer o papel da ponderada, conscienciosa, atenta, acertada é tão cansativo quanto seguro.
Estou mais pronta para abdicar um pouco...
Embora me mantenha com todo o corpo e alma à procura de boas respostas (já não as melhores!) para mim, e para os outros que reconhecem em mim o equilíbrio e a confiança necessárias aos bons e maus momentos da vida. Mantenho-me até porque me faltam outras qualidades na vida e há que cuidar das boas!
Estou mais pronta para abdicar um pouco... Agora com 30 e uns quantos, sinto-me mais livre para dizer que não sei.
Acho que é comum a muitos. Principalmente a muitas. Talvez uma antecipação dos aureos 40 (que nos fascinam e nos assustam, de um modo ou de outro, não tenho pressa nenhuma de lá chegar).
Não sei...