sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Aqui estou...

Fui sugada pelo sistema...
Tento gerir energias, num gesto claro de sobrevivência, protegendo-me a mim e aos cá de casa de danos irreparáveis. Temo-nos aguentado. Sabemos bem a razão de tamanho esforço e sacríficio... e sabemos que é transitório... e está quase a passar.
Inventámos estratégias para "passar bem" e retirar partido das pequenas coisas e do nada... E vamos andando... bem!
Quando a "coisa" aperta mesmo... sei que estou na cama cedo... assim a conservar energias para a luta do dia seguinte. Passo muitas horas a mil... e as outras numa espécie de hibernação.
Mantenho em mente: aguenta, aguenta... com poucos estragos!
Chega a ser divertido...
As adversidades aguçam-nos a criatividade... chamam-nos ao que é essencial.
Cá em casa tentam manter o ritmo normal, e encher os momentos de alegria e coisas banais. De vez em quando o pequeno M. dispara... faz umas birras bem feitas, daquelas de nos sentarmos no sofá e ficar só assim... muito tempo. Todo o tempo. Na maioria das vezes usa e abusa dos abraços apertados, brincadeiras a dois, a três e a quatro (o gato!) parvas, tolas e inventadas ao momento. Passa a gostar mais de histórias (porque são mais compatíveis com o meu estado de energia próxima do zero), e vinga-se nas "touradas" com o pai (ie, gritar, pular, rebolar no chão, na cama, no sofá...e rir...rir). Tudo o resto anda próximo do normal... como tem sido nossa prioridade.
Sobretudo tentamos não nos sobrecarregar com mais obrigações, do que as que aceitámos em primeira mão há uns meses (11?) nem com tarefas extra, nem com nada que não seja essencial. Trabalhamos e então... Comemos, dormimos, estamos e passeamos. Nada mais! Ah, sobra tempo para pensar...
E vamos andando... bem!
A minha falta de disponibilidade mede-se de várias maneiras... conforme as épocas.
Como toda a gente, são as pessoas que se queixam que não devolvo chamadas, que não apareço... e isso tudo. Que ando irritadiça, irónica... e assim. Os atrasos no tratamento das roupas. O abuso de comida já feita, almoçar sanduíche, sopa, ter um monte de assuntos para tratar... chamarem-me "mau feitio" no trabalho, ser mais directa, incisiva, cortante (bruta?) etc, etc... Comum!
Mas quando é que EU sei que EU estou sem tempo?
- quando passam muitos dias sem ter as unhas pintadas, e ao pintá-las é de um tom natural! (falta de cuidar de mim, ou cuidados defensivos)
- quando as couves do FVille secam... (estou muito tempo em frente de um computador e nem me lembro)
- quando a casa está muitos dias seguidos arrumada... é para além do limite... quer dizer que nem chega a ser desarrumada (vamos andando por aqui, mexendo uns nos outros mas não nas coisas)
- quando a gaveta das camisolas, se parece com um saco de viagem... no regresso, tudo lá para dentro! (esta não, esta também não...arrumo depois...desisto, vou vestir uma camisa)
- quando uso os mesmos brincos vários dias por semana! (estes ficaram bem ontem, ficam bem hoje... estes ficam bem com tudo)
- quando levar com um raio de sol na cara... é tão saboroso como um dia inteiro na praia num dia de Verão! (...)
Mas também sei quando começo a vislumbrar pontas de disponibilidade!!
Volto a escrever mesmo antes da disponibilidade chegar. Assim que começo a perceber que já não é tão necessário manter reservas de energia...
Aqui estou!
Ah... hoje fui "meter" férias!! Cometi uma loucura! hihi

4 comentários:

Tânia Cardoso disse...

Já arrumei a gaveta das camisolas, e a outra de baixo, também. Aproveitei e acabei com a pilha de roupa na cadeira do quarto...

Marta Campos disse...

e tudo isso vale a pena? espero que sim... bjs grandes

Tânia Cardoso disse...

O esforço de sobrevivência não foi suficiente...ou tudo o resto foi além do esforço. Nem uma semana depois, estou de baixa, em casa, com o pequeno A. de 25 semanas de gestação aos apertõezinhos eléctricos e dizer: Pára! Abrandei...ele fez-me parar!

Tânia Cardoso disse...

Marta, pergunto-me isso tantas vezes...